Construção da composteira com baldes plásticos

Materiais necessários

Tarefas, que podem ser feitas em qualquer ordem mas serão enumeradas para ficar mais organizado:

Esta etapa é opcional, porque a falta de uma torneira não impede a coleta do chorume. Mas a torneira torna essa coleta mais organizada.

O ideal é instalar a torneira na parte mais baixa o possível do balde, mas é preciso atenção para não inviabilizar seu rosqueamento. Para isso, é necessário posicionar a rosca da torneira numa altura que permita seu giro e marcar com uma canetinha.

Para facilitar o recorte do orifício para encaixar a torneira, vamos utilizar a furadeira para fazer quatro furos dentro do círculo marcado com a canetinha. Em seguida, e com cuidado, usar o estilete para arredondar o orifício. É possível ir adequando o orifício aos poucos enquanto se testa o encaixe da torneira. Acompanhe na sequência de fotos.

Para todos os furos foi utilizada a mesma broca de 3mm
A partir dos furos iniciais o orifício será modelado com o uso do estilete
Ampliação inicial do orifício.
Como a foto mostra, não precisa ser um círculo perfeito, basta permitir o encaixe.
Teste de encaixe da torneira
Torneira instalada com todas as peças, incluindo as borrachas.
Vista interna do encaixe.

2. Furos nas laterais do balde (aeração)

O ideal é utilizar uma furadeira, mas os furos podem ser feitos com prego quente, por exemplo. No entanto isso vai exigir mais trabalho e mais tempo.

Foi utilizada uma broca de 3mm, mas poderia ser menor também. É preciso evitar furos muito maiores para inibir a entrada de insetos. O importante é permitir a troca gasosa.

Obrigatoriamente, um dos baldes não deve ter furos laterais (será o nosso coletor de chorume).

Furar na parte superior dos baldes.
É interessante fazer vários furos, mas mantendo uma distância mínima de pelo menos 1 cm para evitar que a lateral do balde se rompa.

3. Furos nos fundos dos baldes (escorrimento do chorume)

Assim como para os furos laterais, o ideal é utilizar uma furadeira. A função desses furos é permitir o escorrimento do chorume, que ajuda a reduzir o excesso de umidade e nos proporciona matéria-prima para um ótimo biofertilizante.

Para quem pretende contar com a ajuda das minhocas, é preciso fazer furos um pouco maiores, de 4mm, por exemplo.  Através desses furos, elas poderão trocar de balde, deslocando-se daqueles com material mais decomposto para os que estão recebendo material orgânico mais fresco. Além disso, para evitar que elas se machuquem, é importante aparar as rebarbas que sobrarem nos furos. Para isso, o estilete é uma boa ferramenta.

O balde inferior, ou balde coletor, além de não ter os furos laterais não deve ter furos na parte de baixo para evitar a perda do chorume.
Neste exemplo, os furos de 3mm são suficientes para o escorrimento do chorume. Para vermicomposteiras, é interessante que esses furos sejam maiores para permitir o trânsito das minhocas.

4. Recortes nas tampas (escorrimento de chorume)

Inicialmente, facilita contornar o corte fazendo furos com ajuda da furadeira. Com isso fica fácil recortar com um estilete.

Atenção: é necessário deixar uma borda de tamanho suficiente para conseguir apoiar outro balde logo acima (sugestão: deixar uns 2 cm de borda).

Preparação do corte com vários furos.
Assim como no recorte para a torneira, a foto explicita que o círculo não precisa ser perfeito.

Finalizando a montagem

Da esquerda para a direita: Balde inferior (coletor de chorume), baldes digestores intermediários e balde digestor superior.

Temos dois tipos de baldes e dois tipos de tampas: 1 balde sem furos laterais e inferiores (que pode ter ou não uma torneira instalada) e 3 baldes com furos laterais e inferiores. Temos ainda uma tampa sem recorte e tampas recortadas.

O balde inferior não deve ter furos laterais, pois servirá como coletor de chorume. Também não precisa ser tampado, pois o balde imediatamente acima será encaixado dentro deste (o espaço necessário para acumular o chorume é mínimo). Caso tenha instalado uma torneira, é preciso usar algum suporte para permitir a coleta (caixote de madeira, tijolos, etc).

Logo acima/dentro vem o primeiro balde que vai receber o material orgânico. Ele precisa ter furos laterais para permitir a aeração e inferiores para permitir o escoamento do chorume (isso vale para todos os baldes a partir desse ponto). Como ponto de partida, a composteira está montada, basta tapar o balde superior com a tampa que não foi recortada.

Conforme os baldes forem cheios, é preciso trocar a tampa por uma recortada, colocar um balde vazio por cima e tapá-lo com a tampa sem recorte.

Cada balde desses tem capacidade para armazenar aproximadamente 18L de matéria orgânica. Com os três baldes digestores temos aproximadamente 54 litros de capacidade.

Sem esquecer que, com o passar do tempo, o material vai perdendo volume através das emissões de calor, CO2 e da compactação do material que ocorre no processo de humificação.

Devido ao excesso de composteiras num mesmo espaço (um problema positivo), esta composteira só entrou em uso a partir do dia 05/10/2020, após a finalização da primeira etapa da compostagem no chão.

Tamanho inicial da composteira, com um balde coletor de chorume e um balde para depositar o material orgânico que será digerido pelos microrganismos.
Estrututa completa, com 3 baldes digestores e 1 balde coletor de chorume.

Essa composteira ganhou uma arte especial da Luana Reis Lima!

Autoria: Pusceddu, L. (2020) Construção da composteira com baldes plásticos.

Créditos detalhados

Texto e fotos: Luca Hermes Pusceddu - lhp@ib.usp.br

Arte nos baldes: Luana Reis Lima