Construção da composteira com baldes plásticos
Materiais necessários
Baldes plásticos com tampa (e empilháveis)
Torneira de plástico
Furadeira
Estilete ou faca
Tarefas, que podem ser feitas em qualquer ordem mas serão enumeradas para ficar mais organizado:
1. Instalar a torneira (opcional) em um dos baldes
2. Fazer furos laterais nos baldes, para permitir a aeração
3. Fazer furos no fundo dos baldes
4. Recortar a parte central das tampas, mas mantendo uma borda para sustentar o balde que será colocado em cima
Instalação da torneira
Esta etapa é opcional, porque a falta de uma torneira não impede a coleta do chorume. Mas a torneira torna essa coleta mais organizada.
O ideal é instalar a torneira na parte mais baixa o possível do balde, mas é preciso atenção para não inviabilizar seu rosqueamento. Para isso, é necessário posicionar a rosca da torneira numa altura que permita seu giro e marcar com uma canetinha.
Para facilitar o recorte do orifício para encaixar a torneira, vamos utilizar a furadeira para fazer quatro furos dentro do círculo marcado com a canetinha. Em seguida, e com cuidado, usar o estilete para arredondar o orifício. É possível ir adequando o orifício aos poucos enquanto se testa o encaixe da torneira. Acompanhe na sequência de fotos.
2. Furos nas laterais do balde (aeração)
O ideal é utilizar uma furadeira, mas os furos podem ser feitos com prego quente, por exemplo. No entanto isso vai exigir mais trabalho e mais tempo.
Foi utilizada uma broca de 3mm, mas poderia ser menor também. É preciso evitar furos muito maiores para inibir a entrada de insetos. O importante é permitir a troca gasosa.
Obrigatoriamente, um dos baldes não deve ter furos laterais (será o nosso coletor de chorume).
3. Furos nos fundos dos baldes (escorrimento do chorume)
Assim como para os furos laterais, o ideal é utilizar uma furadeira. A função desses furos é permitir o escorrimento do chorume, que ajuda a reduzir o excesso de umidade e nos proporciona matéria-prima para um ótimo biofertilizante.
Para quem pretende contar com a ajuda das minhocas, é preciso fazer furos um pouco maiores, de 4mm, por exemplo. Através desses furos, elas poderão trocar de balde, deslocando-se daqueles com material mais decomposto para os que estão recebendo material orgânico mais fresco. Além disso, para evitar que elas se machuquem, é importante aparar as rebarbas que sobrarem nos furos. Para isso, o estilete é uma boa ferramenta.
4. Recortes nas tampas (escorrimento de chorume)
Inicialmente, facilita contornar o corte fazendo furos com ajuda da furadeira. Com isso fica fácil recortar com um estilete.
Atenção: é necessário deixar uma borda de tamanho suficiente para conseguir apoiar outro balde logo acima (sugestão: deixar uns 2 cm de borda).
Finalizando a montagem
Temos dois tipos de baldes e dois tipos de tampas: 1 balde sem furos laterais e inferiores (que pode ter ou não uma torneira instalada) e 3 baldes com furos laterais e inferiores. Temos ainda uma tampa sem recorte e tampas recortadas.
O balde inferior não deve ter furos laterais, pois servirá como coletor de chorume. Também não precisa ser tampado, pois o balde imediatamente acima será encaixado dentro deste (o espaço necessário para acumular o chorume é mínimo). Caso tenha instalado uma torneira, é preciso usar algum suporte para permitir a coleta (caixote de madeira, tijolos, etc).
Logo acima/dentro vem o primeiro balde que vai receber o material orgânico. Ele precisa ter furos laterais para permitir a aeração e inferiores para permitir o escoamento do chorume (isso vale para todos os baldes a partir desse ponto). Como ponto de partida, a composteira está montada, basta tapar o balde superior com a tampa que não foi recortada.
Conforme os baldes forem cheios, é preciso trocar a tampa por uma recortada, colocar um balde vazio por cima e tapá-lo com a tampa sem recorte.
Cada balde desses tem capacidade para armazenar aproximadamente 18L de matéria orgânica. Com os três baldes digestores temos aproximadamente 54 litros de capacidade.
Sem esquecer que, com o passar do tempo, o material vai perdendo volume através das emissões de calor, CO2 e da compactação do material que ocorre no processo de humificação.
Devido ao excesso de composteiras num mesmo espaço (um problema positivo), esta composteira só entrou em uso a partir do dia 05/10/2020, após a finalização da primeira etapa da compostagem no chão.
Essa composteira ganhou uma arte especial da Luana Reis Lima!
Autoria: Pusceddu, L. (2020) Construção da composteira com baldes plásticos.
Créditos detalhados
Texto e fotos: Luca Hermes Pusceddu - lhp@ib.usp.br
Arte nos baldes: Luana Reis Lima