A origem da Escala Fahrenheit

Daniel Gabriel Fahrenheit. Fonte: Wikipedia.

DANIEL GABRIEL FAHRENHEIT (1686 – 1736) nasceu em Danzig, cidade polonesa de nome Gdansk, que na época fazia parte da República das Duas Nações (união entre o Reino da Polônia e o Grão-Ducado da Lituânia). Fascinado por instrumentos, viveu a maior parte do tempo na Holanda e foi um dos maiores fabricantes de instrumentos de medição.

Viajou pela Europa e estudou com vários cientistas e artesãos. Passou alguns anos em Londres onde se tornou membro da Royal Society e contribuiu com trabalhos sobre Temperatura, Anemoscópios e Barômetros.

Em 1708, ao visitar o astrônomo dinamarquês, Ole Rømer, em Copenhagen, o primeiro a determinar a velocidade da luz, viu uma escala de temperatura que ele usava, cujo ponto fixo inferior era 7,5 graus para o congelamento da água e o ponto fixo superior 22,5 graus para a temperatura do corpo humano, que na época era considerada constante. A adoção desses valores estranhos, até hoje não é muito clara.

Rømer, no início de 1690, começou a medir e registrar a temperatura para relacioná-la com seus trabalhos astronômicos e, em 1702, construiu seus próprios termômetros a álcool.

Fahrenheit, de acordo com as suas cartas, por não simpatizar com frações, modificou a escala Rømer e multiplicou os valores do ponto fixo inferior e superior por 4, que se tornaram 7,5 X 4 = 30 graus e 22,5 x 4 = 90 graus, respectivamente. Nesta escala, o ponto de ebulição da água iria corresponder a 205 graus.

Ele usou a escala de Rømer modificada até 1717, quando ainda resolveu fazer pequenas mudanças nos pontos fixos, de modo que o ponto de congelamento ficou (30 + 2) = 32 graus e a temperatura do corpo humano (90 + 6) = 96 graus.

Mais tarde, descobriu que o corpo humano não tem temperatura constante, pois a temperatura dos jovens é mais alta que a dos idosos. Nesta mudança, a temperatura de ebulição da água se tornou 212 graus e as razões foram apenas por razões práticas:

-com os pontos fixos de 32 e 96 graus, há 64 graus intermediários, permitindo maior facilidade de subdivisões, visto que 64 é múltiplo de 2. Este procedimento não seria possível com os valores de 30 e 90 graus.

Nesta nova escala, resolveu adotar como segundo ponto fixo, a temperatura de ebulição da água, cujo valor iria corresponder a 212 graus e não mais a temperatura do corpo humano.

Acredita-se ter sido o primeiro fabricante a fazer termômetros comercialmente disponíveis. Sua prática comum era usar o álcool a partir de 1709, mas percebeu que o álcool não oferecia muita precisão para medir a temperatura, então, por ter conseguido desenvolver um método para purificar o mercúrio, em 1714 se tornou o primeiro a aproveitar as vantagens das suas propriedades para a fabricação de termômetros, pelo fato de apresentar um coeficiente de expansão térmica bastante linear.

Um melhoramento foi usar bulbos cilíndricos ao invés de esféricos, em cujas áreas de contato com o ar são maiores.

Foi um grande homem de negócios e suas técnicas de fabricação permaneceram em segredo por algum tempo. É bem provável que a disponibilidade comercial e a qualidade dos termômetros expliquem porque a Escala Fahrenheit (°F) se tornou amplamente aceita, enquanto outras permaneçam na obscuridade.

Os EUA são a maior região ainda em uso da Escala Fahrenheit (°F), enquanto que a grande maioria dos países adotou a Escala Celsius (°C), aceita internacionalmente como medida padrão de temperatura.

Entre outros instrumentos, construiu um Hidrômetro de peso constante e um Termobarômetro, projetado para estimar a pressão barométrica pelo ponto de ebulição da água. Este último se tornou conhecido por “Hipsômetro” ou “Termômetro Hipsométrico”, retendo os créditos desta invenção em 1724.

Morreu prematuramente em Haia, de intoxicação pelo mercúrio, aos 50 anos de idade.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Fahrenheit

https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/a-escala-fahrenheit.htm

MIDDLETON, W. A History of the Thermometer and its use in Meteorology. Baltimore: John Hopkins University Press, 1966.

Autoria: Festa, M. (2020) A origem da Escala Fahrenheit.