Dia da abolição da escravatura e homenagem a Enedina Alves Marques
Em 13 de maio de 1888, pressionada por diversos movimentos abolicionistas, revoltas e exigências de países exteriores, alguns com interesses mercantilistas no país, a princesa Isabel sancionou a Lei Áurea para a abolição da escravatura no Brasil.
No entanto, o ato oficial para a libertação dos escravos não representou a esses indivíduos igualdade de condições com os demais habitantes. O IBGE aponta que a população negra atual do Brasil corresponde a 56,10% do total, mas sofre com as desigualdades provocadas pelo racismo estrutural nas áreas como renda e emprego, educação, participação política, além de representar a maior parte da população exposta à pobreza e à violência no país.
Diante desse cenário, contamos a história de Enedina Alves Marques, superando todas as dificuldades enfrentadas por conta de sua cor de pele e gênero, entrou na história como a primeira mulher engenheira negra no Brasil.
Nascida em 13 de janeiro de 1913, Enedina nasceu em Curitiba, Paraná, filha de um agricultor e uma lavadeira. O patrão de sua mãe pagou seus estudos para fazer companhia a sua filha.
Tornou-se professora e, em 1940, ingressou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná. Cinco anos depois, graduou-se em Engenharia Civil, tornando-se a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil.
Exonerou-se como professora para trabalhar como auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas do Paraná. Como engenheira, chefiou diversas áreas na Secretaria de Educação e Cultura. Após esse período, transferiu-se para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica, onde trabalhou no Plano Hidrelétrico no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu.
Enedina por diversas vezes teve que disparar tiros para o alto para ser respeitada pelos trabalhadores.
Em 1962, aposentou-se, falecendo em agosto de 1981, aos 68 anos.
O Parque CienTec, com a missão de despertar vocações através da Educação, compartilha a trajetória desta mulher para demonstrar que políticas públicas são fundamentais para combater as desigualdades raciais e que a educação é o instrumento mais eficaz para emancipação do indivíduo e transformação da sociedade.
Becker. C. (2021) Dia da abolição da escravatura e homenagem à Enedina Alves Marques.
Autoria:
Célia Issa Becker.