Dia do Biólogo: Homenagem a Bertha Lutz

Hoje, 03 de setembro é o Dia do Biólogo!

Nesta data, gostaríamos de prestar homenagem à Bióloga Bertha Lutz, que além de contribuir nas ciências e educação no país, foi fundamental para os direitos sociais e políticos das mulheres no Brasil.

Bertha Maria Júlia Lutz nasceu no Rio de Janeiro, no dia 2 de agosto de 1894, filha do cientista Adolfo Lutz e da enfermeira inglesa Amy Fowler. Zoóloga, cientista, sufragista e política, graduou-se no ano de 1918 em Ciências Naturais na Universidade de Sorbonne, em Paris e se especializou no estudo de anfíbios.

Em 1919, quando retornou ao Brasil, tentou ingressar no Museu Nacional do Rio de Janeiro, mas sua inscrição não foi aceita por ser mulher. Inconformada com esta situação e após parecer jurídico, ela pode concorrer. Passou em primeiro lugar e lá atuou por 46 anos.

Bertha reuniu coleções botânicas, especializou-se em anfíbios anuros, sapos, rãs, pererecas e algumas destas, descobertas por ela, receberam seu nome: “Paratelmatobius lutzii” e também um tipo de lagartixa de praia, a “Liolaremus Lutzae”.

Como cientista, deu continuidade a algumas pesquisas de seu pai, estudou métodos de divulgação e técnicas de preparo e organização de mostruários de museus e foi uma das pioneiras em Educação em Museus.

Como sufragista não foi pioneira, mas inspirada no movimento americano, a partir dos anos 1920, lutou pelo direito ao voto das mulheres e para melhor atuar nesta investida, decidiu ingressar no curso de Direito na Faculdade do Rio de Janeiro.

Em 1931, Getúlio Vargas nomeou Bertha Lutz para integrar uma comissão com a missão de elaborar o novo Código Eleitoral e graças a sua atuação, o direito de voto às mulheres foi assinado em 1932.

Formou-se em Direito em 1933 e nesse mesmo ano candidatou-se a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte que se tornaria a nova Câmara dos Deputados e em 1936 assumiu uma cadeira de deputada, após a morte do titular.

Como política, propôs mudanças na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor visando, além de igualdade salarial, a licença maternidade de três meses e a redução da jornada de trabalho, naquele momento de 13 horas diárias.

Ao longo da vida, participou em organizações nacionais e internacionais na luta pela igualdade entre homens e mulheres. Chefiou o setor de Botânica do Museu Nacional até 1964 quando se aposentou. Faleceu no Rio de Janeiro em 16 de setembro de 1976, aos 84 anos.

O Parque CienTec com a missão de despertar vocações para a ciência e tecnologia, ao compartilhar a trajetória dessa brilhante mulher, espera contribuir para que mais pessoas se inspirem para continuar a lutar por seus direitos sociais.

Fonte:

https://revistas.pucsp.br/hcensino/article/view/37166/26719

Confira a animação sobre a trajetória de Bertha Lutz.

https://periodicos.fiocruz.br/pt-br/content/bertha-lutz-ci%C3%AAncia-em-gotas

Autoria: Becker, C. (2020) Dia do Biólogo: Homenagem a Bertha Lutz.