El Niño

Fonte da Imagem: UOL. Mundo Educação

O El Ninõ é um evento climático de causas ainda desconhecidas. Quando ele ocorre, promove uma alteração na relação entre o oceano pacífico e a atmosfera, mais especificamente entre a Oceania e a América do Sul, causando alguns efeitos climáticos de caráter regional.

Esse fenômeno é caracterizado, principalmente, pelo enfraquecimento ou - dependendo da sua intensidade - inversão do sentido dos ventos alísios, que em condições normais assopram da América do Sul para a Oceania. Isso torna a água do oceano um pouco mais quente e dificulta a atividade das correntes de ressurgência mais frias, que trazem muitos nutrientes das águas profundas, causando uma mortalidade significativa dos peixes na costa peruana, afetando a pesca. O nome El Ninõ foi dado pelos pescadores, que atribuíam a mudança na quantidade de peixes ao El Ninõ (menino Jesus), pois isso ocorria em dezembro, próximo ao natal.

Além disso, a alteração na circulação atmosférica faz com que a formação de nuvens, que antes ocorriam na Oceania, passem a ocorrer mais próxima à costa americana. Isso causa uma mudança no regime de chuvas, como o aumento de precipitação no sul da América do Sul e sudeste dos EUA; secas na Amazônia, no Nordeste brasileiro, centro da África, Sudeste Asiático e América Central.

Percebe-se que o processo de inversão das condições normais de correntes marítimas e circulação atmosférica que o El Ninõ promove, gera alterações climáticas em diversas regiões do planeta. Com isso, é importante apontar que a evolução da vida na terra e de nossos ancestrais foi marcada e moldada por fenômenos climáticos como este, que promove alterações nas condições ambientais em diversos habitats terrestres, fazendo com que a vida necessite se adaptar a tais mudanças.

Pesquisas recentes indicam que um fenômeno similar ao El Niño, chamado de "gangorra climática'', influenciou no regime climático da África Subsaariana, local considerado o berço da nossa espécie. Esse nome foi dado devido a alternância entre os períodos secos e úmidos, que ocasionou uma oscilação nos padrões de umidade, temperatura e precipitação, gerando impactos regionais tão relevantes (se não maiores) quanto os ciclos glaciais-interglaciais. Essas pesquisas também apontam este fenômeno como um impulsionador da evolução humana na região, impactando padrões demográficos e, em última instância, influenciando nas trocas genéticas relacionadas à evolução dos nossos ancestrais.

Bibliografia:

http://enos.cptec.inpe.br/elnino/pt

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/influencia-el-nino-no-brasil.htm

https://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/el_nino.aspx

https://www.revistaplaneta.com.br/gangorra-climatica-africana-impulsionou-a-evolucao-humana/

Carvalho, G. (2021) El Niño.