Raios de maior comprimento e maior duração

OS RAIOS DE MAIOR COMPRIMENTO

Os raios ocorrem quando duas regiões eletricamente carregadas na atmosfera se neutralizam através de uma descarga.

A nuvem de tempestade que produz raios é denominada Cumulonimbus, que quando distante tem o formato de um grande cogumelo ou uma bigorna, de fácil identificação. Durante o seu desenvolvimento surge uma grande quantidade de cargas elétricas que se distribuem na base, no meio e no topo da nuvem. Nos casos mais comuns, quando as cargas negativas se formam na base, elas atraem as cargas positivas da superfície do solo abaixo. O excesso de cargas elétricas entre a base da nuvem e a superfície do solo provoca uma descarga que é o raio, e enquanto a nuvem estiver em atividade, novas cargas surgem provocando outros raios para neutralizá-las, e assim sucessivamente. Isso explica porque uma única nuvem de tempestade produz centenas ou milhares de raios.

Grande parte dos raios ocorre nas descargas da nuvem para o solo ou vice-versa, e podem atingir comprimentos entre 6 e 10 km em média, mas os que ocorrem entre duas nuvens Cumulonimbus podem ser muito mais compridos. Em Oklahoma (EUA), em 2007, foi registrado um relâmpago com 321 km de comprimento.

A revista da Sociedade Meteorológica Americana descreveu que um raio com 500 km de comprimento ocorreu ao norte do Texas no dia 22 de outubro de 2017, devido a várias tempestades que se formaram durante a passagem de uma frente fria e cujo clarão cobriu uma área de quase 70.000 km2, considerado um recorde na época.

Entretanto, em 31 de outubro de 2018 um raio com o comprimento de 709 km atingiu o estado do Rio Grande do Sul, clareando uma área de mais de 100.000 km2, cruzando o céu do Oceano Atlântico até a Argentina, considerado o mais novo recorde de acordo com a World Meteorological Organization (WMO).

OS RAIOS DE MAIOR DURAÇÃO

Os raios duram em geral alguns poucos segundos, mas há casos excepcionais chamados de “megarraios”, como em 30 de agosto de 2012 quando durante uma tempestade um raio iluminou o sudeste da França durante 7,74 segundos e foi considerado na época pela WMO como o mais duradouro já registrado até então, embora tenha percorrido apenas 200 km.

Porém, em termos de duração, no dia 4 de março de 2019 o raio mais longo do mundo iluminou durante 16,73 segundos os céus do nordeste da Argentina, o que é algo excepcional, sendo considerado o recorde mais atual.

DISTÂNCIA DE UM RAIO ATÉ O OBSERVADOR

Para saber a distância de um raio até onde Você (observador) está, basta contar quantos segundos se passaram desde a visão do raio até ouvir o trovão e multiplicar por 300, que é a velocidade média do som no ar.

Exemplo: 10 segundos decorridos após avistar um raio x 300m/s = 3.000 metros, que é a distância do raio até você.


A REGRA 30-30

Para sua segurança, se o tempo decorrido entre o relâmpago e o trovão for inferior a 30 segundos, fique num recinto fechado e então aguarde 30 minutos após observar o último relâmpago para poder retomar qualquer atividade ao ar livre.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ocorrem em média aproximadamente 1.800 tempestades em cada instante e 44.000 por dia.

Apesar dos raios serem perigosos e fatais, matando anualmente centenas de pessoas, são de importância fundamental para a preservação da vida na Terra, pois:

- são uma espécie de filtro natural, promovendo a limpeza do ar, retirando as partículas em suspensão, purificando-o.

- mantêm o equilíbrio das cargas elétricas do planeta

- produzem o ozônio que renova o ar

- retiram o Nitrogênio da atmosfera, que junto com a chuva se torna um excelente fertilizante natural.

Autoria: Festa, M. (2020) Raios de maior comprimento e maior duração.